O último titulo estadual do JEC, parte 3
Jornal Anotícia – 04/06/2001
Estrelas no gol e no meio campo
Um “maestro” no meio-de-campo, organizando e dando a tranqüilidade que a equipe precisava, sendo preciso na cobrança do pênalti e um goleiro que foi impecável, impedindo em várias oportunidades que o adversário marcasse. Perdigão e Marcão foram os destaques da vitória do Joinville ontem à tarde no Estádio Heriberto Hülse, peças fundamentais para a conquista do “bi”. “Essa é a resposta para aqueles que não acreditavam na equipe, que não eram poucos; com humildade, muito trabalho e quietinhos, chegamos ao título”, desabafou o meia-campista Perdigão.
Natural de Maracajá, município que fica a 20 quilômetros de Criciúma, Marcão começou sua carreira de jogador de futebol, coincidentemente, no próprio Estádio Heriberto Hülse, onde ontem fez uma das mais importantes conquistas. “Comecei por aqui, joguei na equipe infantil”, confirma o goleiro do Joinville que sintetizou em uma frase o seu sentimento, ao encerrar a volta olímpica “melhor impossível”. “Nos sabíamos que o Criciúma viria para cima, é uma bela equipe, mas conseguimos com garra e determinação buscar a vitória e conquistar esse título”, disse Marcão.
O meia Perdigão, da mesma forma, disse que sabia das dificuldades que o time enfrentaria em Criciúma. “O adversário é qualificado, muito bem organizado e treinado; conseguimos suportar a pressão e marcar nos momentos importantes da partida, que foi muito difícil”, acrescentou Perdigão, que valorizou a presença de centenas de torcedores joinvilenses no Estádio Heriberto Hülse. “Felizmente muita gente também acreditou no nosso trabalho e isso nos deu mais entusiasmo para chegarmos até ao título de campeão catarinense”, concluiu Perdigão, o “maestro” do “bi” do Joinville.
Jogadores do Criciúma elogiam atuação de Marcão
“A tarde não foi do Joinville, a tarde foi do Marcão; a bola bateu nele, na trave e ele pegou tudo; de qualquer forma o título é deles e acredito que o resultado vai servir de estímulo para o futuro do nosso grupo; só temos que levantar a cabeça e nos prepararmos para os novos desafios”. A declaração é do atacante Carlos Henrique. Na opinião dele “o Criciúma fez um ótimo campeonato e tem muito o que comemorar”.
O capitão do time, Luciano, pensa na mesma direção. “Nos faltaram os gols, tivemos muitas oportunidades, mas não era o nosso dia, o goleiro pegou tudo e o Joinville teve uma vitória merecida”.
O técnico Luiz Gonzaga Milioli emocionado, com a voz embargada, avaliou que “este é um projeto que tem apenas um ano e chegamos a decisão, o que é muito positivo”.
O vice-presidente de futebol Dagoberto Arns, entende que “o projeto começou para resgatar a dignidade do Criciúma e isso nós conseguimos; depois o objetivo foi ficar entre os quatro finalistas e finalmente nossa meta foi chegar a decisão, o que também conseguimos; mas o Jec foi mais competente, mais experiente e chegou ao título”.
O artilheiro Mahicon Librelato, analisa que o Criciúma iniciou um trabalho que deve ser continuado. “O clube fez uma renovação completa, deu oportunidade para jovens jogadores e chegamos a decisão; o mais importante foi que a cidade apoiou e se mobilizou; o Criciúma pode ser o vice-campeão, mas nossa torcida é a número um do Estado”, disse. (Gilvan de França)
Festa completa para técnico e jogadores
O técnico do Joinville, Artur Neto, disse que seu time conquistou o bicampeonato catarinense porque jogou, ontem, contra o Criciúma, com inteligência e soube aproveitar as chances de gol. Ele afirmou que o seu time saiu de Joinville com a missão de vencer a partida no Sul do Estado. “Não viemos para empatar, queríamos a vitória para provar que somos o melhor time”, afirma.
Para ele, o JEC soube tomar os espaços e impediu que o Criciúma jogasse. “Foi o coroamento de uma grande campanha, nossos números revelam que fomos o melhor time do campeonato”, afirma.
Ele considerou o Criciúma um grande adversário e disse que seu time aliou competência a sorte para vencer. “Tivemos tudo, sorte, competência, inteligência e disciplina para superar o Criciúma”, acredita Artur.
A festa do Joinville foi completa. Depois do apito final do árbitro Márcio Rezende de Freitas, os jogadores foram comemorar junto à torcida. “Agora é só festa, vamos festejar a semana toda”, comentou Artur Neto, logo depois de ser carregado pelos jogadores do JEC.
O jogador Perivaldo, um dos mais alegres depois do fim do jogo, disse que o Criciúma foi um adversário de respeito que pressionou o Joinville. “O Criciúma nos deu muito trabalho, assim como o Tubarão, soubemos superar e agora é só comemorar o título”, comentou. O atacante Adão, disse que o JEC mostrou, na partida de ontem, toda sua qualidade. “Jogamos com a cabeça”, diz. Para ele, a qualidade do elenco do JEC, aliada a sua experiência, fizeram a diferença na hora da decisão. “O Criciúma tem um grande time, formado por jovens, tenho certeza de que eles ganharão experiência e serão jogadores reconhecidos nacionalmente”, acredita.
O lateral Zé Carlos, contratado por empréstimo do Grêmio, também não escondia sua felicidade. Ele sofreu o pênalti que originou o primeiro gol e teve atuação destacada na partida. “Foi uma conquista que premiou nosso esforço. Merecemos este título”, disse o jogador, depois de abraçar o presidente do clube, Mauro Bartholi.