Um título que ficará guardado na memória da torcida Tricolor

 

Hoje, 3 de dezembro, faz exatos 1 ano, da final frente ao CRB, de alagoas. Quando o Joinville foi campeão da Copa SC 2011, vi de perto um time de guerreiros nascer.

A chegada de Arturzinho no meio do campeonato(Copa SC 2011), com o sistema tático modificado e um estilo de concentrar as atenções no trabalho quase que exaustivo, o baixinho chegou, e com muita sabedoria levou o time ao acesso à Série B. Ainda soube conter os egos que cercam qualquer time de futebol, levantando a taça de campeão brasileiro da Série C 2011, um título inédito para o clube.

Ao lado dos amigos André de Mello e Jefferson Diego, vivemos o dia a dia daquela equipe vitoriosa conquista e vou tentar contar alguns detalhes daquela saga.

Tudo começou com uma longa viagem até Pelotas. Antes do jogo de estreia do JEC, entrevistamos o técnico Arturzinho que frisou na ocasião, _ “Quando todos botam a mão na massa, e trabalham em pró disso, sem vaidades, sem egoísmo, a tendência é que a coisa aconteça.” E aconteceu. (Veja mais)

A apaixonada torcida Xavante tentou um foguetório mas errou o local, já que eram dois hotéis com o mesmo nome na cidade. Diante da pressão, a torcida Xavante que ficava a alguns metros dos vestiários do visitante, cantavam e estouravam foguetes em direção as paredes, o JEC entrou em campo com sangue no olho e conquistou um empate suado, em 1 a 1. O gol Tricolor foi marcado por Ronaldo Capixaba.

Na segunda partida diante da sua torcida, sob chuva, o Joinville fez um jogo duro contra a Chapecoense, vitória de 2 a 1, gols de Pedro Paulo e Ronaldo Capixaba. Novamente em casa, vitória diante do Santo André, gols de Capixaba e o experiente Ramon que teve grande parcela no acesso e no título da Série C.

Voltamos ao Rio Grande do Sul e quando chegamos ao estádio Centenário, dois dias antes do jogo, para o processo de transmissão do jogo via internet, acabamos encontrando o zagueiro Souza que tinha deixado o JEC sem comunicar o seu destino. Logo depois fomos escorraçados do estádio por um diretor de futebol fanfarrão. Moral da história, a transmissão não rolou, mas eu comemorei o gol em uma das cabines de imprensa cantando o grito da torcida rival dos polenteiros, “Amigo vamo jaconeiro”, a torcida foi à loucura, heheheheh, no fim, o empate em 2 a 2 ficou de bom tamanho. Gols de Ricardinho e Capixaba.

Em Santo André, após puxar 300 metros de cabo, da sede do Santo André que ficava debaixo do gramado do estádio Bruno José Daniel até as cabines de imprensa, conseguimos fazer a transmissão. Naquela partida, o time se sentiu confiante demais, atacou bastante mas não conseguia abrir o placar, o Santo André marcou o seu gol aos 22 do 1º tempo, e o JEC conseguiu o empate no fim da etapa complementar, gol de Renato Santos.

Novamente jogando em casa, o JEC enfrentava o Caxias, uma vitória deixava o Tricolor muito perto da classificação para a segunda fase, mas o inesperado aconteceu, uma derrota que doeu, 4 x 2 e um verdadeiro clima de guerra armado pelo técnico Argel Fucks que comandava o clube gaúcho. A gente quase saiu no tapa mesmo e as agressões verbais foram muitas, aquela não foi a primeira vez.

 Com a derrota, muitos jogaram a toalha. Fomos para Chapecó com apenas um objetivo, a vitória e ela não vinha desde 2007. Foi uma verdadeira batalha. Primeiro uma virose que atingiu alguns jogadores na concentração. Depois com o famoso foguetório de Chapecó, em um chiqueiro como campo. Um dia antes a delegação teve uma grata surpresa, o Diretor de futebol atual presidente Nereu Martinelli chegou a Chapecó, trazendo muito otimismo. Com muita garra o Joinville venceu aquela batalha, por 2 a 0, gols de Bruno Rangel e Aldair. André de Mello, Jefferson Diego e eu não contínhamos nossa felicidade, mesmo estando dentro da administração da Chapecoense, de onde transmitimos o jogo via internet. Mas o diretor de Marketing do JEC na atualidade, Fernando Mattos se superou e entrou berrando dentro da sede do Verdão, é “JEC Porra, ganhamos” foi assim que acabamos saindo de lá rapidinho, só esquecemos que tínhamos que voltar.

Na Arena o adversário era o Brasil de Pelotas, o JEC fez um grande jogo, e venceu pelo placar de 5 a 2 carimbando a classificação. Gols de Gilton(2), Bruno Rangel(2) e Pedro Paulo(1).

Na segunda fase o adversário da estreia foi o Ipatinga, e que adversário, o time mineiro deu trabalho ao Joinville, mas aos 37 do 1º tempo, Eduardo roubou a bola na defesa e arrancou, tocou para Bruno Rangel que devolveu de letra para um Eduardo que soltou um petardo, sem chances para o goleiro João Carlos do Ipatinga.

Começamos bem, voltamos ao Oeste do estado e lá mais um vez um clima de guerra, resultando no empate em 1 a 1, o gol Tricolor foi anotado por Ronaldo Capixaba.

Em casa o adversário era o Brasiliense e sabe qual técnico estava no comando do time cadango? Ele mesmo, Argel Fucks e seu circo. Mas o Tricolor já estava calejado e atropelou o time de amarelo, por 4 a 1, gols de Bruno Rangel, Ricardinho, Gilton e Lima.

 Com a vitória, a possibilidade do acesso acontecer ficou marcado com 3 rodadas de antecedência, em jogo frente o mesmo Brasiliense, dia 17 de outubro mas agora na capital federal. Chegamos antes da delegação do JEC, e fomos ao hotel onde eles ficariam concentrados para esperar a chegada do Tricolor. E adivinha quem morava no Hotel? Ele, Argel Fucks.

Na concentração houve uma conversa diferente, Nereu Martinelli praticamente invadiu a preleção e o resultado disso, foi mais um 4 a 1. No apito final, não me contive e atravessei o estádio pelo meio das arquibancadas das sociais do Serejão, invadi o gramado e cheguei aos vestiários. Momento inesquecível que ficou eternizado em minha memória. Mas enquanto a delegação voltava para Joinville para ser recebida com festa, nossa festa tinha acabado, dormimos no Aeroporto de Congonhas e voltamos só no outro dia. Foi triste não estar presente na festa, mas a minha ficha caiu rápido, fiquei analisando aquele feito que tanto esperava, agora nós disputaríamos de novo a Série B do Brasileiro.

O próximo jogo seria de muita festa na Arena, diante da Chapecoense, o JEC conquistou a vaga na final e eliminou a chance do time verde subir. A parte mágica do jogo, foi a virada da faixa da Torcida organizada União Tricolor, como disse o amigo Marcão em depoimento, “Todo mundo que falava da faixa, teve que olhar aquele momento mágico”.

Depois fomos até Ipatinga, apenas para cumprir tabela, no hotel da concentração do JEC, um clima descontraído, e tem gente devendo aposta da caxeta, Sagaz foi eliminando muita gente, mas no final perdeu pra mim e não andou pelado no hotel, pipocou. No dia seguinte,o André e eu acordamos cedo pra tomar um banho de piscina sem que ninguém percebesse, já que pegava mal, sendo que os jogadores não podiam desfrutar da piscina. Fomos até lá praticamente camuflados, mas quando chegamos, o susto. O professor Arturzinho estava se exercitando na piscina, bom, agora não tinha jeito, ele só olhou pra nós cumprimentou e disse _”Vão entrar ou vão ficar ai me olhando?” Bora pra água e ficamos na resenha com o comandante, mas na hora de sair olhei 3 toalhas em cadeiras diferentes, puxei uma delas e alguma coisa pesada caiu no meu pé, era o relógio do Arturzinho, sorte que ele não viu mas tive que sorrir, mesmo com uma dor tremenda no dedão do pé. No jogo, vitória do JEC, com um golaço de Aldair, na volta a caxeta rolou por 4 horas seguidas até a chegada em Belo Horizonte.

Na final do campeonato, o adversário era o CRB, o primeiro jogo foi fora de casa, vitória Tricolor por 3 a 1, com um discurso inflamado do técnico Arturzinho no intervalo, após a vitória parcial por 2 a 0, gols de Ricardinho e Glaydson, na segunda etapa o CRB descontou aos 8min. e Aldair deu números finais a partida, CRB 1×3 Joinville.

A grande final aconteceu na Arena Joinville e foi uma festa inesquecível, Lima abriu o placar no final da etapa inicial. No segundo tempo Eduardo, Pedro Paulo e Gilton, fecharam a goleada. Um 4 a 0, histórico, que rendeu o primeiro título nacional da história do Joinville Esporte Clube. Entrega do troféu e de medalhas, volta olímpica e muita emoção nas arquibancadas e no gramado da Arena Joinville.

Assim o Joinville foi campeão da Série C 2011.

Marcos Messias

Uma Paixão Insuperável

5 comentários em “Um título que ficará guardado na memória da torcida Tricolor

  • 4 de dezembro de 2012 em 12:50
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    foi uma volta no tempo esta matéria sobre a série C, me lembro de vc narrando o jogo contra o Brasil direto do estádio deles (acompanhando no bigbowling) e vc falou que estava na hora do JEC ter uma bandeira igual aquela…acabaram roubando e tal, mas lembro de como vc enfatizou que a torcida merecia um bandeirão.

    naquele jogo em chapecó lembro que a torcida deles se virava e xingava vcs de tudo, ficaram cuspindo em vcs.

    tenho varias lembranças deste momento histórico, e isto foi graças ao trabalho de vcs, foi de torcedor para torcedor. Muito obrigado mesmo.

    resumindo, isto merece estar num livro.

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    • 4 de dezembro de 2012 em 17:07
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      Sem palavras Jonis, muito obrigado pelo reconhecimento. Abs

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  • 5 de dezembro de 2012 em 22:23
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    de arrepiar rever tudo isto….. parabéns pelo texto e pelos vídeos….

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  • 6 de dezembro de 2012 em 10:41
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    Alguém sabe dizer se o Wellington Bruno fechou com o JEC??????????????

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  • 9 de dezembro de 2012 em 12:02
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    Sem palavras, chorei demais no dia do acesso. Lembro que eu no trabalho não parava de tremer, na noite do dia antes do acesso não consegui dormir.

    Só caiu a ficha do acesso a série B no jogo contra os nanico do oeste.

    Foi até melhor que o título, lembro todo mundo chorando no mercado municipal, galera indo pra arena comemorando pelo meio da rua.

    Realmente, jamais vou esquecer esse dia

    É JEC PORRA

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